Em frente à ponte de desembarque no Largo do Paço, surgiu o Hotel Pharoux. A princípio, na Rua da Quitanda, não passava de uma Hospedaria e casa de Pasto, mas em 1838, transfere-se para a Rua Fresca na praia de D Manuel, e ressurge refinado, confortável, trazendo a corte um glamour europeu. O Jornal do Comércio de 12 de Fevereiro de 1838 anuncia as novas instalações. "Mudança de Casa":
“Luiz Pharoux tem a honra de participar ao respeitável público desta corte, que ele acaba de transferir a sua hospedaria da Rua da Quitanda para a Rua Fresca número 3, em frente ao mar" (O Jornal do Comércio, 12 de Fevereiro de 1838)
O hotel de Luiz Pharoux, francês que viera dar na corte por motivos políticos, trazia em suas instalações, requinte nada usuais para os padrões da época. Com salas para jantares que comportavam mais de oitenta pessoas, cardápio sofisticado ao gosto de Paris. O rico mobiliário e seus banhos eram um atrativo a mais, em uma cidade que oferecia até então somente hospedarias pouco confortáveis e uma mesa sem grandes variedades nas casas de pasto, que já se multiplicavam pelas ruas.
Ao final dos anos sessenta Luiz Pharoux retorna a França, o edifício pouco tempo depois passa a abrigar a Casa de Saúde do Dr Catta Preta & Werneck. Após algum período de abandono lá se fixa o Hotel Real que nem de longe lembrava o luxuoso Pharoux. Ao fim dos anos 50, precisamente em 1958, anuncia-se o seu desaparecimento, para dar lugar às modificações provenientes da Perimetral.
Luiz Pharoux morre na França, em 1867, sem nunca haver conseguido plantar as arvores defronte ao hotel, indeferidas pela municipalidade. Quando desaparece de nossos olhos o edifício que abrigou o principal capítulo da história da hotelaria, já morre decadente, esquecida a sua importância, abrindo lugar ao progresso, que hoje também se torna passado, sem poder, no entanto, nos restituir a história.
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