A Fé Bahá'í: Ligando a Política e a Religião na Busca pela Unificação Global
http://www.espada.eti.br/bahai.asp
O significado da religião Bahá'í como uma líder no
avanço global quando Techeste Ahderom, o principal representante da
Comunidade Internacional Bahá'í junto à ONU, fez seu discurso de
abertura como co-presidente do Fórum do Milênio. É verdade que no
passado eu já tinha visto os bahá'ís em eventos dos Federalistas
Mundiais e em vários encontros interfé, mas nessas ocasiões, os
representantes da Fé Bahá'í eram apenas parte do barulho no segundo
plano — como tantos outros participantes. Mas, com Ahderom na chefia do
Fórum do Milênio da ONU, e com o suporte administrativo direto do Comitê
Executivo do Fórum, fui forçado a fazer uma simples, porém importante
pergunta: por que os bahá'ís?
O Contexto Global Bahá’í
Em comparação com as outras religiões, a Fé Bahá’í é
relativamente nova, emanando dos ensinos de seu fundador, Bahá’u’lláh,
que viveu de 1817 a 1892. Com sua origem no Irã, a matriz da Fé Bahá’í
era principalmente islâmica [1] e a maior parte de seus primeiros
apoiadores veio de comunidades muçulmanas, com uma pequena mistura e
envolvimento de cristãos, judeus e zoroastristas.
Como as fés monoteístas, os bahá'ís acreditam que
"Deus é um". Entretanto, a fé Bahá'í afirma que Deus "manifesta Sua
vontade para a humanidade" por meio de uma série de mensageiros. Assim,
"os bahá'ís acreditam que Abraão, Moisés, Zoroastro, Buda, Krishna,
Jesus e Maomé são todos mensageiros igualmente autênticos de um Deus."
[2]. Além disso, cada uma dessas figuras religiosas e suas várias
mensagens são vistas como caminhos legítimos para a salvação e são parte
de um plano maior para o progresso da civilização.
Essa ideia de impelir a sociedade é uma parte
integral da fé Bahá'í. De acordo com a página oficial na Internet, o
tema central da fé Bahá'í é que "o gênero humano é um só e chegou o
tempo para sua unificação em uma sociedade global" [3]. Essa mensagem de
unificação é claramente declarada em todos os escritos bahá'ís.
Um desses textos, Bahá’í Teachings For The New World Order
(Ensinos Bahá'ís para a Nova Ordem Mundial), publicado pela Assembleia
Espiritual Bahá´í dos EUA, lista alguns de seus princípios fundamentais:
- "A unidade da humanidade".
- "Paz universal mantida por um governo mundial."
- "A fundação comum de todas as religiões."
- "Educação universal compulsória."
- "Uma solução espiritual para os problemas econômicos."
John Ferraby, autor da referência bahá’í All Things Made New (Todas as Coisas se Fazem Novas), se arrisca a fazer algumas afirmações igualmente significativas:
"A unidade que existe entre os bahá'ís se assemelha,
mas é mais forte do que as dos cristãos e muçulmanos primitivos, pois os
elementos unidos são mais diversos. Vivemos em uma época sem igual,
quando pela primeira vez na história, a humanidade pode ser reconhecida
como uma só. Segundo Bahá'u'lláh, o Plano Divino da Criação requer que o
processo de unificação culmine neste estágio da história humana; tudo o
que passou antes serviu para nos trazer para a época presente, em que a
unidade da humanidade deve ser alcançada na unidade mundial... Entramos
em uma nova era, em que a unificação da humanidade pode ser
adequadamente organizada somente por um Estado mundial... Deus liberou,
por meio de Bahá'u'lláh as forças necessárias para unir a humanidade...
Portanto, o espírito de unidade liberado por Bahá'u'lláh é mais intenso
do que qualquer liberação feita em épocas passadas. Os primeiros frutos
são visíveis na Comunidade Bahá'í hoje, amanhã seu poder espiritual
dominará a humanidade." [4].
Isto explica por que os representantes bahá'ís estão
há várias décadas tão envolvidos dentro da comunidade global: a criação
de um governo global é uma incumbência espiritual que eles têm.
Obviamente, a Comunidade Bahá'í participa de
iniciativas para a mudança global muito antes de eu ter testemunhado
isto durante o Fórum do Milênio da ONU. Considere as seguintes
informações resumidas, fornecidas pela CIB:
"A Comunidade Internacional Bahá'í tem um longo
histórico de envolvimento com as organizações internacionais. Na sede da
Liga das Nações, em Genebra, um Escritório Internacional da Fé Bahá'í,
criado em 1926, serviu como base para os bahá'ís participarem nas
atividades da Liga. Em 1945, quando a Carta de Constituição da ONU foi
assinada em San Francisco, os representantes bahá'ís estavam presentes.
Em 1948, a Comunidade Internacional Bahá'í foi registrada junto à ONU
como uma organização não governamental (ONG) internacional e em 1970
recebeu status consultivo (chamado agora de status consultivo 'especial') junto ao Conselho Econômico e Social da ONU (ECOSOC). O status consultivo junto ao UNICEF (Fundo das Nações Unidas para as Crianças) foi concedido em 1976, e o status
consultivo junto ao Fundo de Desenvolvimento para as Mulheres (UNIFEM)
foi concedido em 1989. Ao longo dos anos, a Comunidade trabalhou de
perto com o Programa de Meio Ambiente da ONU (UNEP), com o Escritório do
Alto Comissariado para os Direitos Humanos, com a UNESCO (Organização
Cultural, Científica e Educacional da ONU) e com o Programa de
Desenvolvimento da ONU (UNDP)." [5].
Durante os últimos anos, a CIB participou do Encontro
de Cúpula Mundial Sobre Desenvolvimento Sustentável, do Encontro de
Cúpula Pela Paz Mundial no Milênio, da Conferência Mundial da ONU Contra
o Racismo, da Sessão Especial da ONU Sobre as Crianças, do Encontro de
Cúpula Mundial Sobre a Sociedade de Informação, e de muitos outros
eventos internacionais. Além disso, em Turim, na Itália, na sede da
Organização Mundial do Trabalho, um relacionamento especial foi
desenvolvido entre a OIT e o Foro Empresarial dos Bahá'ís Europeus
(EBBF). O propósito: "aplicar princípios espirituais para solucionar os
problemas econômicos".
Esse aspecto europeu é importante, dando não somente
uma estrutura global, mas também regional para a transformação social.
Depois disso, a Comissão Europeia fez parceria com o EBBF e, em 2002,
Giuseppe Robiati, um membro do EBBF, foi agraciado com o título de
professor titular da cadeira de Nova Ordem Mundial, na Universidade de
Bari, na Itália. Além disso, o Parlamento Europeu "sediou uma exposição
especial para destacar a contribuição feita pelas comunidades bahá'ís
europeias na promoção da harmonia social." [6].
Entretanto, é no Oriente Médio e, particularmente em Israel, que a religião Bahá'í está especialmente focada.
A Sede Mundial
No Monte Carmelo, em Haifa, o local onde o profeta
Elias teve seu confronto com os profetas de Baal (1 Reis 18), uma
sucessão de jardins nivelados, cada um com 19 degraus, forma um terreno
de aproximadamente mil metros na lateral norte do monte. No centro desse
cenário deslumbrante situa-se o Santuário do Báb — a estrutura de um
mausoléu com domo dourado que contém os restos mortais do Báb, o
precursor espiritual de Bahá'u'lláh.
O Contexto Global Bahá’í
"A unidade que existe entre os bahá'ís se assemelha,
mas é mais forte do que as dos cristãos e muçulmanos primitivos, pois os
elementos unidos são mais diversos. Vivemos em uma época sem igual,
quando pela primeira vez na história, a humanidade pode ser reconhecida
como uma só. Segundo Bahá'u'lláh, o Plano Divino da Criação requer que o
processo de unificação culmine neste estágio da história humana; tudo o
que passou antes serviu para nos trazer para a época presente, em que a
unidade da humanidade deve ser alcançada na unidade mundial... Entramos
em uma nova era, em que a unificação da humanidade pode ser
adequadamente organizada somente por um Estado mundial... Deus liberou,
por meio de Bahá'u'lláh as forças necessárias para unir a humanidade...
Portanto, o espírito de unidade liberado por Bahá'u'lláh é mais intenso
do que qualquer liberação feita em épocas passadas. Os primeiros frutos
são visíveis na Comunidade Bahá'í hoje, amanhã seu poder espiritual
dominará a humanidade." [4].
"A Comunidade Internacional Bahá'í tem um longo
histórico de envolvimento com as organizações internacionais. Na sede da
Liga das Nações, em Genebra, um Escritório Internacional da Fé Bahá'í,
criado em 1926, serviu como base para os bahá'ís participarem nas
atividades da Liga. Em 1945, quando a Carta de Constituição da ONU foi
assinada em San Francisco, os representantes bahá'ís estavam presentes.
Em 1948, a Comunidade Internacional Bahá'í foi registrada junto à ONU
como uma organização não governamental (ONG) internacional e em 1970
recebeu status consultivo (chamado agora de status consultivo 'especial') junto ao Conselho Econômico e Social da ONU (ECOSOC). O status consultivo junto ao UNICEF (Fundo das Nações Unidas para as Crianças) foi concedido em 1976, e o status
consultivo junto ao Fundo de Desenvolvimento para as Mulheres (UNIFEM)
foi concedido em 1989. Ao longo dos anos, a Comunidade trabalhou de
perto com o Programa de Meio Ambiente da ONU (UNEP), com o Escritório do
Alto Comissariado para os Direitos Humanos, com a UNESCO (Organização
Cultural, Científica e Educacional da ONU) e com o Programa de
Desenvolvimento da ONU (UNDP)." [5].
A Sede Mundial
Aparentemente,
um ano antes de morrer, Bahá'u'lláh viajou até o Monte Carmelo, onde
"designou o local para ser a sede mundial da sua fé". [7]. Assim, desde
meados dos anos 1950s, Haifa tornou-se o local central para a obra de
unificação global dos bahá'ís.
O Monte Carmelo abriga atualmente diversas enormes
estruturas administrativas bahá'ís, incluindo o edifício dos Arquivos
Internacionais e o Centro Internacional de Ensino. Também no local está o
Centro para o Estudo dos Textos, uma instalação para a guarda e
conservação dos documentos sagrados e que atua como uma instituição de
estudo para eruditos e acadêmicos. Todos esses estabelecimentos
funcionam em conjunto com a Casa Universal de Justiça, a "instituição
suprema" e o corpo governante da comunidade bahá'í. Entretanto, a Casa
de Justiça e as outras instituições de suporte estão preocupadas com
muito mais do que apenas a Fé Bahá'í.
Em um artigo publicado em One Country, a
publicação oficial da Comunidade Internacional Bahá'í, Douglas
Samimi-Moore, diretor do Escritório de Informações Públicas da
organização, explicou o significado mais profundo que está por trás do
complexo no Monte Carmelo:
"Nossas escrituras dizem que a construção de
instalações para abrigar essas instituições coincidirá com vários outros
processos no mundo. Um desses processos é o amadurecimento das
instituições locais e nacionais da fé Bahá'í. Outro é o estabelecimento
de processos que levarão à paz política para a humanidade..." [8].
Enfatizando essa unificação global da política e da
religião, Samimi-Moore declarou novamente esse tema central
acrescentando que "os bahá'is construíram essas estruturas por uma
motivação espiritual... Eles acreditam que essas novas estruturas
contribuirão para a unificação do planeta." [9].
O objetivo jurado da fé Bahá'í, a incumbência
espiritual de criar o governo mundial, demonstra amplamente a razão por
que essa religião pouco conhecida está tão interessada em se
entrincheirar dentro da comunidade internacional. As implicações são
extraordinárias. Pense no seguinte: uma sede internacional em um
complexo deslumbrante de edifícios — incluindo uma Casa Internacional de
Justiça — localizada no Monte Carmelo, tudo com vínculos especiais na
Organização das Nações Unidas, e uma agenda interfé firmemente
estabelecida centrada na unificação global. Entretanto, há uma parte
final neste quadro.
John Ferraby, que serviu como secretário da
Assembleia Espiritual Bahá'í dos EUA fornece uma forte razão para o
intenso desejo de sua fé ver o governo mundial e o sistema religioso
mundial frutificarem. Isto é imperativo para a visão bahá'í da ordem
internacional: "... antes do aparecimento do próximo manifestante de
Deus, sua Nova Ordem Mundial será formada." [10].
Esta é a versão bahá'í para o ditado: "Construa o ninho e o filhote virá."
"Nossas escrituras dizem que a construção de
instalações para abrigar essas instituições coincidirá com vários outros
processos no mundo. Um desses processos é o amadurecimento das
instituições locais e nacionais da fé Bahá'í. Outro é o estabelecimento
de processos que levarão à paz política para a humanidade..." [8].
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